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Lendo o futuro

Uma amiga veio passar uns dias aqui em casa.


Num dia, terminando o café da manhã, ofereci minha xícara pra ela, com a intenção de obter uma boa leitura da minha borra de café.


"Toma amiga, interpreta meu futuro!"


"Ixi amiga, só sei ler mão."


Quê? Estendi então minha mão pra ela. Mão errada. Troquei de mão.


Ela disse ser muito complicado isso de falar do futuro. Que tinha medo de me dizer algo que eu não queria saber.


"Quer ter filhos, amiga?" "Não!" "Que bom, porque não vai ter" Ufa! (Ela sim, quer muito!)


Me disse que talvez possa parecer que minha vida não tem nenhum propósito, mas que, na verdade, tem, sim, e muito bem definido.


"Que mais amiga? Saúde, dinheiro, carreira, volto pra Europa?" "Ixi, sei lá!"


Lamentável isso da mão da gente não falar dos números da loteria ou coisas do tipo.


Me lembrei de que minha mãe contava de um dia, logo após eu ter nascido, que ela visitou uma cartomante que disse claramente que sua filha (eu) se casaria muito cedo.


Será que consigo reembolso por ela?


Lembrei-me também de um tarô que outra amiga tirou pra mim um dia, na época em que vivia em Dublim. Ela disse que via uma longa viagem que seria interrompida pelo falecimento de alguém muito próximo na família.


Isso foi antes de eu se quer pensar em fazer um mochilão, e de ter de voltar pra casa quando estava na Argentina pro velório da minha mãe.


Sei lá que bicho é esse, mas minha amiga tem razão. Complicado falar desse tal de futuro.

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